lunes, 5 de agosto de 2013

INVAP, EMPRESA ARGENTINA HARÁ LA INGENIERIA BÁSICA PARA EL REACTOR BRASILERO

08 de Maio de 2013
Contratada empresa para elaboração do projeto básico dos itens nucleares do RMB

E. R. Paiva

Participantes da reunião técnica inaugural do Projeto do RMB com a empresa argentina INVAP assistem por vídeo conferência a cerimônia de assinatura do contrato para elaboração do projeto básico dos ítens e sistemas nucleares do projeto

O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), deverá entrar em funcionamento em 2018, no município de Iperó, no interior de São Paulo. Trata-se de um reator nuclear de pesquisa multipropósito que tem como uma de suas finalidades a produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos utilizados na Medicina Nuclear e para produção de fontes radioativas usadas em aplicações na indústria, na agricultura e no meio ambiente. Nesta segunda-feira (6/5), na sede da CNEN, no Rio de Janeiro, foi realizada a assinatura do contrato com a empresa que vai elaborar o projeto básico dos itens e sistemas nucleares do reator.

O contrato se insere no âmbito dos acordos de Cooperação Bilateral para o desenvolvimento de usos pacíficos da Energia Nuclear e na declaração conjunta firmada pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro de 2008. A empresa contratada é a argentina Invap, que está projetando, naquele país, um reator semelhante ao RMB, como parte dos referidos acordos de cooperação. O contrato assinado na segunda-feira, com prazo de execução de 12 meses e valor de R$ 24,7 milhões, foi entre a Invap e a Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Redetec), entidade responsável pela gestão dos recursos disponibilizados no âmbito de convênio entre a Agência Brasileira da Inovação (FINEP), a Redetec e a CNEN. O projeto básico dos prédios, infraestrutura e sistemas convencionais, estão sendo desenvolvidos pela empresa nacional Intertechne, contratada em janeiro de 2012 também com recursos deste convênio.


E. R. Paiva

José Augusto Perrotta, responsável técnico pelo projeto do RMB, participa, por vídeo conferência, da cerimônia de assinatura do contrato, realizado na sede da CNEN, RJ
 Com o RMB, o Brasil está a caminho de se tornar autossuficiente na produção de radioisótopos e radiofármacos, substâncias essenciais na Medicina Nuclear, especialidade médica que hoje possibilita as maiores chances de diagnóstico preciso e tratamento de doenças relevantes, como o câncer; e também possui importantes aplicações em problemas cardíacos, avaliação das atividades cerebrais, entre outras. 

O Brasil possui atualmente quatro reatores de pesquisa em funcionamento. A produção de radioisótopos ocorre principalmente no reator IEA-R1, instalado na unidade da CNEN em São Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Esse reator, porém, não tem capacidade para produzir o molibdênio 99, radioisótopo que dá origem ao radiofármaco tecnécio 99m, utilizado em mais de 80% dos 1,5 milhão de procedimentos de Medicina Nuclear realizados anualmente no país.

CNEN importa atualmente todo o molibdênio 99. Em 2009, com a paralisação do reator canadense que é o principal fornecedor do Brasil, juntamente com a interrupção de funcionamento de reatores na Bélgica e na Holanda, houve uma crise mundial no fornecimento deste radioisótopo. O Brasil buscou alternativas de importação na Argentina e na África do Sul, mas a área de Medicina Nuclear nacional precisou adaptar-se a uma situação de crise no abastecimento.

O reator do Canadá voltou a funcionar e a crise de 2009 foi contornada. A situação, porém, criou a expectativa de se garantir ao Brasil independência na produção dos radioisótopos utilizados na medicina. O RMB tornará isso possível. Além de já ter local definido, um terreno de 1,2 milhão de metros quadrados cedido à CNEN pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), o empreendimento foi incluído no Plano Plurianual do Governo Federal (PPA- 2012-2015), com uma previsão orçamentária da ordem de R$ 400 milhões para o período. O custo total estimado do RMB é de U$ 500 milhões.

Além da produção de radioisótopos, o RMB também tem como funções básicas a realização de testes de irradiação de combustíveis nucleares e materiais estruturais utilizados em reatores de potência, bem como a realização de pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento, atuando de forma complementar ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). O empreendimento RMB está sendo coordenado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN com a participação de seus institutos de pesquisa e conta com a parceria do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, CTMSP, e do Governo do Estado de São Paulo.

Da Assessoria de Comunicação da CNEN


Referencia: https://www.ipen.br/sitio/?idc=13383

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